quinta-feira, 2 de abril de 2009

24. Sem Palavras, Sem Silêncio


UM MONGE perguntou a Fuketsu: “Sem falar, sem silêncio, como você pode expressar a verdade?”
Fuketsu comentou: “Eu sempre me lembro da primavera no sul da China. Os pássaros cantam em meio a inumeráveis tipos de flores perfumadas.”



Sem revelar sua própria penetração,
Ele ofereceu as palavras de outro, sem dar as suas.
Se ele continuasse a tagarelar sem parar,
Até mesmo seus ouvintes teriam ficado envergonhados.

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Sem custos.

Um comentário:

Teresa disse...

Cada koan... uma reflexão, quem sabe um achado? Ele age para mim como um despertador... me recordo do trechinho de um livro que diz algo mais ou menos assim: “É indispensável que haja alguém para despertar o adormecido; é necessário ter despertadores.” Com certeza depois deste pequeno koan pude jogar mais luz à meus questionamentos, me senti nutrida e senti a paz.

Ao falar dele me recordo de uma poesia e penso em uma analogia: como se pode passar para alguém o sentimento de um beijo apaixonado? Todas as palavras do mundo podem falar disso mas nenhuma nos trará esse sentimento, e mesmo que uma pessoa nunca tenha se apaixonado ou nunca tenha beijado ela poderá imaginar isso..e essa imaginação será só sua, fruto de seus percursos e cada um irá imaginar à sua maneira.

O mais precioso para mim foi poder reviver novamente a idéia da dinâmica da vida, do não estável que se sustenta a si mesmo. Cada instante é único e cada pessoa trás sua visão...que também é única. Cada ato, cada sentimento, cada vivenciar é uma experiencia singular... vivemos em um mundo de singularidades compartilhadas onde cada um quer que a sua visão seja a “mais correta”... é difícil haver entendimento.

O futuro é uma possibilidade e vivemos muitas vezes só pensando nele, ou imersos num passado que já não existe...deixamos o presente passar como algo sem importância...Não existe nada e ao mesmo tempo tudo está aí. Nesse universo de possibilidades permeado pelas nossos pontos de vista podemos nos deixar à deriva sem contudo perder o sentido norteador...é como boiar num imenso oceano... se não brigarmos com a água ela pode nos sustentar mas se tentarmos agarra-la afundamos...a entrega pode ser feita usufruindo a vida de uma forma simples e natural, mas para isso temos que aprender a conviver com o desapego do controle e desconstrução de nossos paradoxos e mentalidades sem contudo deixarmos de te-los junto à nos...