quinta-feira, 29 de março de 2012


A Menor Moeda


O Mestre costumava perambular pelas ruas nos dias de feira a fim de ser apontado como um idiota: não importava quantas vezes as pessoas lhe apresentassem uma moeda grande e uma pequena, ele sempre escolhia a menor. Até que um dia um homem bondoso lhe sugeriu:


- Mestre, você deveria aceitar a moeda maior. Dessa forma teria mais dinheiro e deixaria de ser motivo de chacota.


- Isso talvez possa ser verdade – concordou Mestre. – Mas se eu sempre escolhesse a moeda maior, as pessoas deixariam de me oferecer dinheiro para provarem que sou mais idiota que elas. E então eu não teria dinheiro algum.


 
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quinta-feira, 22 de março de 2012

Grão de mostarda


Krisha Gotami, uma jovem mulher que viveu na mesma época que o Buda, teve um filho primogênito que com cerca de um ano ficou doente e morreu. Acometida pelo pesar e agarrando o corpo da criança, perambulou pelas ruas implorando a todos que encontrava um remédio para restituir seu filho à vida. Alguns a ignoravam, outros riam dela, outros ainda pensavam que era louca, mas finalmente encontrou um sábio
que lhe disse que a única pessoa no mundo que podia realizar o milagre que ela buscava era o Buda.
Assim ela foi até o Buda, deitou o corpo da criança a seus pés, e contou-lhe sua história. O Buda ouviu com infinita compaixão. Então ele disse suavemente:

 Há apenas um modo de curar sua aflição.” Vá para a cidade e me traga uma semente de mostarda de uma casa onde nunca tenha ocorrido um falecimento”.


Krisha Gotami sentiu-se exultante e partiu imediatamente para a cidade. Parou na primeira na primeira casa que viu e disse: “O Buda me pediu para vir buscar uma semente de mostarda de uma casa que nunca conheceu a morte”.


“Muita gente morreu nesta casa”, contaram-lhe. Ela passou para a casa seguinte. “Houve inúmeras mortes em nossa família”, disseram-lhe. E assim foi na terceira e quarta casas, até que ela percorreu a cidade toda e percebeu que o requisito do Buda não podia ser cumprido.


Tomou o corpo de seu filho, levou-o à sepultura e disse-lhe adeus pela última vez. Voltou então para o Buda. “Você trouxe o grão de mostarda?” ele perguntou.


“Não, disse ela. Começo a entender a lição que está tentando me ensinar. O sofrimento me cegou e eu imaginei ser a única pessoa que sofria nas mãos da morte.”


“Por que você voltou?” perguntou o Buda.


“Para lhe pedir que me ensine a verdade”, ela respondeu, “sobre o que é a morte, o que pode haver por trás e além dela, e o que há em mim, se é que há algo que não morrerá”.


O Buda começou a ensinar-lhe: Se que saber a verdade da vida e da morte, precisa refletir continuamente sobre isto: há somente uma lei que nunca muda no universo – é a de que todas as coisas mudam, todas as coisas são impermanentes. A morte de seu filho ajudou você a ver que o reino em que estamos – samsara – é um oceano de insuportável sofrimento. Há um caminho, e apenas um caminho, para sair do ciclo incessante de nascimento e morte do samsara, que é o caminho da liberação.


“Uma vez que a dor agora a preparou para o aprendizado, e seu coração está se abrindo à verdade, vou mostrar-lhe o caminho.”


Krisha Gotami ajoelhou-se aos pés do Buda e o seguiu pelo resto da vida.
Perto do fim, segundo se conta, ela alcançou a iluminação.



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quinta-feira, 15 de março de 2012

Bolinhos de arroz


-Chien, quando jovem, era um devoto estudante do Budismo. Ele estudou todos os conceitos e doutrinas e tornou-se muito hábil em analisar os termos mais complexos. Considerava-se um entendido em filosofia budista. Sabia de cor o Sutra do Diamante e orgulhava-se de ter escrito um longo comentário sobre ele.


Um dia, sabendo que em outra cidade havia um grande sábio que dizia coisas com as quais ele não concordava, resolveu viajar até lá para provar, pelo seu conhecimento, que o sábio estava errado. Colocou o comentário sobre o Sutra do Diamante embaixo do braço e partiu.

No caminho, encontrou uma velha que vendia bolinhos de arroz.

“Gostaria de comprar alguns bolinhos, por favor.”

“Que livros está carregando?”, perguntou a velha.

“É o meu comentário sobre o sentido verdadeiro do Sutra do Diamante, mas você não sabe nada sobre esses assuntos profundos”, disse desprezando a vendedora de bolinhos.
“Vou lhe fazer uma pergunta e, se puder me responder, eu lhe darei os bolinhos de graça”, disse a velha.
Ele aceitou o desafio.


“Está escrito que a mente do passado é inatingível, a mente do futuro é inatingível e a mente do presente é inatingível. Diga-me com qual mente você vai se alimentar?”, perguntou.


Hsüan-Chien não soube o que dizer.

“Sinto muito, mas acho que terá que comer bolinhos em outro lugar”, disse a velha.


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terça-feira, 13 de março de 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Desejo

Um amante suplicou durante vários meses os favores de sua amada, sem sucesso.Vaio assim sofrer as dores atrozes da rejeição.Finalmente, no entanto,sua amada cedeu:"Venha a mim em tal e tal lugar, em tal em tal hora",disse ela.
Na hora e lugar e especificados, o amante enfim se viu sentado ao lado de sua amada.Enfiou então as  mãos no bolso retirou um maço de cartas de amor que escrevera para ela ao longo dos últimos meses.
Eram caratas passionais expressando a dor que sentira e o desejo ardente de experimentar as delicias  do amor e da união.
Os minutos foram se passando,  mas ele continuava lendo as carta, emocionado.Por fim, a mulher disse: Essas cartas são todas sobre seu desejo por mim.




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quinta-feira, 1 de março de 2012

Iluminação


Um dos devotos do templo era bem conhecido por seu zelo e dedicação. Dia e noite ele permanecia sentado em meditação, sem interrupção sequer para comer ou dormir. Com o passar do tempo, porém, foi emagrecendo e ficando cada vez mais exaurido. O mestre do templo aconselhou-o a reduzir o ritmo e tomar mais cuidado consigo mesmo. Mas o devoto se recusava a ouvir seus conselhos.


- Por que correr tanto, qual é a sua pressa?


- Estou em busca da iluminação – respondeu o devoto. – Não há tempo a perder.


- E como você sabe – indagou o mestre – que a iluminação está à sua frente e que é preciso correr atrás dela? Talvez ela esteja vindo atrás ou dos lados. Desse jeito você está apenas fugindo dela!

 
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