quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


O filho


Mestre, Mestre! Meu filho escreveu-me do Palácio da Sabedoria dizendo que encerrou definitivamente seus estudos!
- Console-se, minha senhora, com o pensamento de que Deus com certeza lhe enviará outros.


  

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quinta-feira, 29 de novembro de 2012


O cocheiro

Num dia muito frio, o Mestre foi com seu cocheiro a um aniversário. Depois de permanecer um pouco na sala, sentiu pena do cocheiro que aguardava do lado de fora. E foi até ele, dizendo:
- Vamos, homem. Vamos para dentro se aquecer.
- Não posso deixar meus cavalos sozinhos – respondeu o cocheiro, batendo os braços e as pernas para se aquecer.
 Eu cuidarei deles até que se aqueça e volte a tomar seu lugar – disse o Mestre.
A princípio, o cocheiro recusou-se sequer a considerar tal hipótese. Mas, depois de um tempo, deixou-se persuadir pelo Mestre. E entrou na casa, onde comida e bebida eram oferecidas com fatura a todos, qualquer que fosse a sua posição social e independente de ser ou não conhecido do anfitrião. Depois do décimo copo, o cocheiro já esquecera completamente quem estava tomando seu lugar junto aos cavalos, e permaneceu na festa hora após hora.
Enquanto isso, os convidados começaram a dar pela falta do cocheiro, mas diziam a si mesmos que ele devia ter algo importante a fazer e que retornaria quando estivesse terminado. Muito tempo depois, no fim da festa, quando os primeiros convivas iam partindo e a noite já descia, encontraram o Mestre, em pé ao lado do cavalo, sacudindo os braços e batendo os pés para se aquecer.



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quinta-feira, 22 de novembro de 2012


O bom senso

Certa vez, um homem pensou consigo mesmo que, se pudesse reunir todo o bom senso do mundo e guardá-lo apenas para si, seria inevitável que obtivesse muito dinheiro e muito poder, pois todos haveriam de ir procurá-lo com suas preocupações e ele cobraria caro para oferecer conselhos.
       E  assim o homem começou a recolher todo o bom senso que conseguia encontrar, guardando-o numa enorme cabaça. Até que, depois de muito procurar, não conseguiu achar bom senso algum. Decidiu então esconder a sua cabaça no topo da árvore mais alta para que ninguém pudesse alcançá-la.
O homem amarrou uma corda em torno do gargalo da cabaça, prendeu as duas pontas da corda uma à outra e pendurou a corda em seu próprio pescoço, de tal modo que a cabaça ficasse rente à sua barriga. E se pôs a subir na árvore. No entanto, não conseguia subir direito nem muito depressa, pois a cabaça ficava atrapalhando. Estava se esforçando feito um louco para subir quando, de repente, ouviu uma gargalhada atrás de si. Ao olhar para trás, viu um garotinho em pé sobre a raiz da árvore.
- Que bom tolo! Se quer subir na árvore de frente, por que não põe a cabaça atrás de si?
O homem ficou tão furioso ao ouvir tanto bom senso saindo da boca de um garotinho tão pequeno (ainda mais depois de haver coletado todo o bom senso do mundo), que jogou a cabaça para baixo, espatifando-a em mil pedaços. O vento então começou a soprar e cuidou de espalhar o bom senso pelo mundo inteiro. Todos ficaram com um pouquinho de bom senso, mas ninguém ficou com tudo. Isso por causa do homem.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012


O pagamento

O discípulo foi instruído por seu mestre durante três anos a dar dinheiro para todos aqueles que o insultassem. Chegando ao fim esse período de provação, o mestre lhe disse:
- Agora você pode ir para cidade aprender filosofia.
Quando o discípulo estava entrando na cidade, encontrou nos portões da cidade um sábio que insultava todos que entravam e saíam. Insultou também o discípulo, que começou a rir a valer.
- Por que você ri se acabei de insultá-lo?
Porque – respondeu o discípulo – há três anos que venho pagando caro por esse tipo de coisa, e agora você vem e me dá de graça!
Bem vindo à cidade – disse o sábio. – Ela é toda sua.


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quinta-feira, 1 de novembro de 2012


O  General


Num tempo de guerra civil, certo general avançava implacavelmente com suas tropas, tomando província após província e destroçando tudo e todos que encontrava pela frente. O povo de uma cidade, ao saber que o general se aproximava e tendo ouvido histórias da sua crueldade, fugiu todo para as montanhas. O general e suas tropas encontraram a cidade vazia ao chegarem. De imediato, ordenou que vasculhassem toda a região e pouco depois alguns soldados retornavam dizendo que somente uma pessoa havia permanecido, um monge.
O general dirigiu-se ao templo desse monge, entrou com estrépito, levantou a espada e esbravejou:
- Você não sabe quem eu sou? Eu sou aquele capaz de lhe perfurar com a espada sem piscar os olhos!
O mestre Zen virou-se e respondeu serenamente:
- E eu, caro senhor, sou aquele capaz de ser perfurado pela espada sem piscar os olhos.
O general, ouvindo isso, curvou-se numa mesura e se retirou.


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quinta-feira, 25 de outubro de 2012


O juiz



Quando o Mestre era o juiz de seu vilarejo, uma figura desgrenhada entrou no tribunal, exigindo justiça.
- Fui emboscado e roubado, logo na saída desta vila. Alguém daqui deve ser o culpado. Exijo que encontrem o criminoso. Ele levou minha túnica, minha espada e até minhas botas.
 Deixe-me ver – retrucou o Mestre. – Ele não levou a sua camisa, que você ainda está vestindo.
- Não, minha camisa ele não levou.
- Nesse caso, o criminoso não é desta vila. As coisas são feitas por inteiro por aqui. Não poderei investigar o seu caso.


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quinta-feira, 18 de outubro de 2012



Mara

Certo dia, Mara, Deus da ignorância e do mal no budismo, viajava pelos vilarejos da Índia com seus assistentes quando encontrou um homem caminhando em meditação cujo rosto, maravilhado, estava resplandecente. O homem parecia haver acabado de descobrir algo no chão diante de si. Os assistentes de Mara perguntaram ao Deus o que o homem encontrara, e Mara respondeu:
          - Uma verdade.                    
          - Isso não vos incomoda, Ó Deus do mal, quando alguém encontra uma verdade?
          - Nem um pouco - respondeu Mara. - Logo em seguida eles costumam transformá-la num dogma.


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quinta-feira, 4 de outubro de 2012


A  jovem



O venerável Ananda, o monge assistente e discípulo mais próximo de Buda, estava passando certo dia por um pequeno vilarejo. Como estava com sede, aproximou-se do poço e, encontrando lá uma jovem, pediu a ela que lhe desse um pouco de água. Mas a jovem respondeu:
- Ó, grande monge, não sou digna de vos dar água. Por favor, não peçais isso de mim, pois eu só vos causaria impureza.
O venerável Ananda olhou-a com compaixão.



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quinta-feira, 27 de setembro de 2012


A criança de sal



Era uma criança feita de sal que desejava muito saber de onde viera. Partiu então em uma longa viagem, percorrendo muitas terras para tentar chegar a esse entendimento. Por fim, aproximou-se da orla de um grande oceano. “Que maravilha!”, pensou, e mergulhou um pé na água. O oceano instigou-a um pouco mais, dizendo:
- Se queres saber quem és, não temas.
A criança de sal foi entrando na água, dissolvendo-se a cada passo, até que exclamou:
- Ah, finalmente sei que eu sou.


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quinta-feira, 20 de setembro de 2012


O profeta



Um profeta chegou certa vez a uma cidade para converter seus habitantes. A princípio, as pessoas ouviram seus sermões, mas pouco a pouco foram se afastando até não restar uma única alma para ouvi-lo. Certo dia, um viajante lhe perguntou:
- Por que continuas pregando?
- No começo respondeu o profeta, - eu esperava transformar as pessoas. Se ainda hoje continho pregando, é apenas para impedir que elas me transformem.


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quinta-feira, 13 de setembro de 2012


O morto

                                                            
Há também a história do homem que adoeceu gravemente e parecia ter morrido. Seu corpo foi recolhido, purificado e colocado em um caixão.
Todos os preparativos para o funeral foram levados a cabo e os familiares chamaram um sacerdote. O caixão já estava sendo carregado para o cemitério quando ouviu-se batidas vindas de dentro. Colocaram o caixão às pressas no chão e retiraram a tampa. Enquanto as pessoas em volta murmuravam entre si, o homem falou:
- Não estou morto. Eu não morri. Vocês têm que me tirar daqui!
Mas o abade responsável pelo enterro retrucou:
- Desculpe-me, mas o senhor não pode estar vivo. O médico certificou a sua morte, e o sacerdote também a confirmou.
A tampa foi fechada de novo e o homem enterrado conforme planejado.




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quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Discussão



Dois homens já idosos tinham vivido juntos durante muitos anos e nunca discutiram. Mas agora um deles disse:
- Vamos discutir pelo menos uma vez como as outras pessoas.
O outro respondeu:    
- Não sei como fazer para discutir.
- Vamos colocar um tijolo entre nós – sugeriu o primeiro. – Eu direi que o tijolo é meu e você dirá, “Não, é meu”. Assim começaremos a discutir.
Colocaram então um tijolo entre os dois e um deles disse:
- Isso aqui é meu.
O outro retrucou:
- Não. É meu.
Ao que o primeiro então respondeu:
- De fato, é seu. Leve-o consigo.


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A VIDA VIVENDO EM NÓS, E AO REDOR DE NÓS


Uma extraordinária oportunidade de auto crescimento, muito contato com a natureza e também meditações, reflexões e muita conversa é a proposta 2012 do Projeto Conscientizar (*)

Local acolhedor, em São Francisco Xavier, menos de 160km de São Paulo.  
Restam somente 5 vagas, faça sua inscrição.
Os dias são de 21, 22 e 23 de setembro 2012.


(*) Oportunidade que a Clínica Com-Ciência oferece para que você possa participar  de atividades voltadas para sua qualidade de vida e seu auto-conhecimento.


Para fazer sua inscrição entre em contato:
telefone: 3171-0900
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012


A morte



Quando o Mestre estava morrendo, as lamentações de seus devotos chegaram-lhe aos ouvidos. E perguntou a um dos assistentes:

- Por que estão tão desesperados?

- Porque o senhor está nos deixando, Mestre.

Perplexo, o Mestre voltou-se para o assistente:

- Mas para onde acham que eu posso ir?


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quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Provisão


Um homem vinha caminhando pela floresta quando viu uma raposa que perdera as pernas, e perguntou-se a si mesmo como ela faria para sobreviver. Viu então um tigre se aproximando com um animal abatido na boca. O tigre saciou a sua fome e deixou o resto da presa para a raposa.
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre. O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus e disse a si mesmo:
- Também eu irei me recolher num canto, com plena confiança em Deus, e Ele há de prover tudo o que eu precisar.
Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. Estava já quase às portas da morte quando ouviu um a voz:
- Ó, tu que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade! Segue o exemplo do tigre e para de imitar a raposa aleijada.



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quinta-feira, 9 de agosto de 2012



A fuga



O Mestre estava caminhando pelo deserto com um irmão. Ao encontrarem um dragão, os dois saíram correndo. Mais tarde o irmão lhe disse:
- O senhor também teve medo?
O bom velho respondeu:
- Não tive medo, meu filho, mas foi bom eu ter corrido do dragão. De outra forma não teria escapado do espírito da vanglória.






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quinta-feira, 2 de agosto de 2012


O Peixe


O Mestre, quando esteve na Índia, passou perto de um edifício de aspecto estranho, na entrada do qual um eremita permanecia sentado com um ar de abstração e serenidade. O Mestre resolveu estabelecer algum tipo de contato com ele. “Um filósofo devoto como eu”, pensou, “certamente deve ter algo em comum com esse santo homem”.
- Eu sou um iogue – respondeu o eremita, em resposta à pergunta do Mestre – e devotei minha vida ao serviço de todas as coisas vivas, pássaros e peixes em especial.
- Peço-lhe que permita juntar-me a você – pediu o Mestre – pois, como eu pressenti, temos algo em comum. Os sentimentos que exprimiu tocaram-me fundo, pois um peixe certa vez salvou-me a vida.
- Que maravilha! – disse o iogue. – Ficarei encantado em admiti-lo à nossa presença. Há muitos anos me consagro à causa dos animais, mas nunca tive o privilégio de uma comunhão tão íntima com eles. Salvou a sua vida! É uma confirmação irrefutável da nossa doutrina sobre a inter-relação de todo o reino animal.
         Assim, o Mestre sentou-se ao lado do iogue por algumas semanas, contemplando o próprio umbigo e aprendendo algumas posturas bizarras. Por fim, o iogue lhe perguntou:
         - Agora que nos conhecemos melhor, se você julgar que pode partilhar a sua experiência sublime com o peixe que salvou-lhe a vida, eu ficaria mais do que honrado.
         - Não estou bem certo quanto a isso – disse o Mestre, - agora que conheço melhor suas idéias.
         O iogue, porém, insistiu, com lágrimas nos olho.
         - Pois bem, se você insiste – disse o Mestre. –  Mas não tenho certeza se você está preparado para a revelação que irei fazer. O peixe certamente salvou a minha vida. Eu estava quase morrendo de fome quando o pesquei e, graças a ele, tive o que comer por três dias.



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quinta-feira, 26 de julho de 2012




O jardim


 O Mestre decidiu fazer um canteiro de flores. Para isso, preparou o solo e plantou sementes de diversas flores belíssimas. Quando as flores nasceram, no entanto, viu que seu jardim estava cheio não apenas daquelas que escolhera e plantara, mas também atulhado de dentes-de-leão.
O Mestre foi então buscar conselho de jardineiros de toda parte e experimentou todos os métodos conhecidos para se livrar dos dentes-de-leão.
Tudo em vão.
Por fim, resolveu caminhar até a capital a fim de entrevistar-se com o jardineiro real do palácio do xeque. O sábio jardineiro, já velhinho, tinha aconselhado muitos outros jardineiros antes e sugeriu diversas soluções para acabar com os dentes-de-leão, mas o Mestre já experimentara todas. Ficaram então os dois sentados juntos em silêncio por um tempo, até que o jardineiro olhou para o Mestre e disse:
- Bem, então sugiro que você aprenda a amá-los.



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quinta-feira, 19 de julho de 2012

João Pequeno




Conta-se que João Pequeno disse certo dia a seu irmão mais velho:

- Quero me libertar das preocupações. Vou deixar de trabalhar para poder adorar Deus sem interrupções.

Dizendo isso, despiu sua túnica e partiu para o deserto. Mas, depois de lá ficar uma semana, voltou a procurar seu irmão. Quando bateu à porta, o irmão perguntou lá de dentro, sem abrir:

- Quem está aí?

- É João, seu irmão.

- João transformou-se num anjo – respondeu o irmão. – Ele não habita mais entre os seres humanos.

- Mas sou eu! – implorou João Pequeno.

Seu irmão, porém, recusou-se a abrir a porta, deixando-o desesperado do lado de fora até a manhã seguinte. Quando finalmente abriu a porta, disse:

- Vista sua túnica.

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

A visita



O Mestre vivia em retiro numa caverna da montanha. Gerações após gerações de iogues eremitas haviam acabado por dotar essa caverna com uma porta, um altar de pedra, uma lareira e outras amenidades da vida civilizada. Mas nem por isso deixara de ser uma caverna austera na encosta da montanha, e era lá que o Mestre praticava meditação em solidão.


Certo dia, no final de um longo período de solidão absoluta, o Mestre recebeu notícia de que seus padroeiros iriam chegar no dia seguinte para trazer-lhe suprimentos, fazer oferendas e receber as suas bênçãos. O Mestre, portanto, limpou tudo, colocou as coisas no lugar e se preparou para a visita. Arranjou lindas oferendas em seu altar, tirou o pó e poliu todas as peças que haviam sido tão relegadas nos últimos meses. Quando terminou, deu um, passo atrás e observou o seu reino.


- Ah-yii! – exclamou ele de repente, com a voz aflita, ao observar a obra de suas mãos.


E enfiando a mão num canto escuro da caverna, pegou dois punhados de terra e lançou-os sobre o altar.


“Que venham e me visitem agora”, pensou ele consigo mesmo, satisfeito.



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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Rezar


Mestre era agora um homem velho, contemplando a sua vida. Estava sentado com amigos numa casa de chá narrando as suas histórias.


- Quando jovem, eu era cheio de fogo. Queria que todos despertassem. Rezava para ter forças para mudar o mundo. Na meia-idade, acordei certo dia e percebi que metade da minha vida se passara e eu não mudara ninguém. Rezei então para ter forças para mudar aqueles próximos de mim, que tanto precisavam. Agora estou velho e minha prece é mais simples: Agradeço por saber que mudar é difícil.


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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pensamentos

Certo irmão veio até o Mestre e disse:


- Mestre, muitos pensamentos tem me vindo à mente e por isso estou correndo perigo.


O bondoso ancião levou-o para fora e disse:


- Abra a sua túnica e tente pegar o vento.


Mas o irmão respondeu:


- Desculpe-me, Mestre, não consigo.


O ancião retrucou:


- Se não é capaz disso, também não será capaz de impedir que esses pensamentos cheguem até você

 
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quinta-feira, 21 de junho de 2012


O Pássaro


Certo homem capturou um passarinho com uma armadilha. Quando se aproximou, a ave lhe disse:

- Você já comeu muitas vacas e carneiros em sua vida, e mesmo assim continua com fome. O pouquinho de carne que há em meus ossos também não irá satisfazê-lo. Se me deixar partir, eu lhe darei três bocados de sabedoria. O primeiro ensinamento eu recitarei quando estiver em pé na sua mão; o segundo cantarei do seu telhado; e o terceiro eu direi do galho daquela árvore.

O homem se interessou. Soltou o pássaro e permitiu que poupasse em sua mão.

- Número um: nunca acredite em absurdos, não importa quem os diga.

O pássaro voou e pousou no telhado do homem.

- Número dois: não lamente o que já se sucedeu. O que passou, passou. Nunca deplore as coisas que aconteceram. E, por falar nisso, há dentro do meu corpo uma pérola imensa que pesa tanto quanto dez moedas de cobre. Estava destinada a ser uma herança para sua família, mas agora está perdida. Você poderia ter sido dono da maior pérola da Terra, mas evidentemente isso não era para acontecer.

O homem começou a chorar como uma mulher em trabalho de parto. E o pássaro:

- Eu não acabei de dizer, “Não lamente o que passou”? E também, “Nunca acredite em absurdos”? Meu corpo inteiro não pesa tanto quanto dez moedas de cobre. Como eu poderia ter uma pérola tão pesada dentro de mim?

O homem caiu em si.

- É verdade. Diga-me agora, então, o Número Três.

- Pois não. Afinal, você aproveitou tão bem os outros dois... Alguns rasgos não podem ser remendados.



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quinta-feira, 14 de junho de 2012

SILÊNCIO




Poderia me ensinar o silêncio? – perguntei.


Ah! Ele parecia satisfeito. – É o Grande Silêncio que deseja?


- Sim, o Grande Silêncio.


- Bem, e onde você acha que o Grande Silêncio pode ser encontrado?


- No fundo de mim, suponho – respondi. – Se eu ao menos conseguisse ir suficientemente fundo dentro de mim, tenho certeza que conseguiria por fim escapar do barulho. Mas é difícil. Preciso de ajuda.


Eu sabia que ele poderia me ajudar; senti seu interesse. E seu espírito era tão silencioso...


- Bem, eu estive lá – respondeu ele. Passei anos até entrar. Mas pude saborear o silêncio. Um dia, porém, Jesus apareceu (ou talvez tenha sido minha imaginação) e me disse apenas, “Venha e me siga”. Eu saí e nunca mais voltei.


Fiquei estupefato.


- Mas e o silêncio...


- Eu encontrei o Grande Silêncio e, tendo encontrado-o, aprendi que o barulho estava dentro de mim.


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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bom e Mau



O Mestre desejava testar a sabedoria de seus reis. Certo dia, convocou um rei, que era bem conhecido em todo o seu reino pela crueldade e pela avareza, e cujos súditos viviam em constante terror.


O Mestre disse ao rei:


- Quero que parta em viagem pelo mundo e encontre para mim um homem verdadeiramente bom.


- O rei aquiesceu e, obedientemente, deu início à busca. Conheceu e conversou com muitas pessoas. Passaram-se muitos anos e por fim ele retornou ao Mestre dizendo:


- Senhor, fiz como pedistes e percorri o mundo inteiro em busca de um homem verdadeiramente bom. Ele não existe. Todos são egoístas e maus. Esse homem bondoso que buscais não podem ser encontrado em lugar algum!


O Mestre mandou-o embora e chamou outro rei, conhecido por sua generosidade e benevolência, e amado por todos. O Mestre disse a ele:


- Rei, quero que percorra o mundo inteiro e traga para mim um homem verdadeiramente mau.


- O rei também obedeceu e em suas viagens conheceu e conversou com muitas pessoas. Passaram-se muitos anos e por fim ele retornou ao Mestre dizendo:


- Senhor, eu vos desapontei. Encontrei pessoas mal orientadas, pessoas desencaminhadas e pessoas que agem como se fossem cegas. Mas em lugar algum pude encontrar um homem verdadeiramente mau.



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quinta-feira, 17 de maio de 2012


Verdade de cada momento


Ao longo de suas viagens, Buda encontrou um asceta cuja prática consistia em permanecer em pé numa perna só. Buda lhe perguntou:


- Poderia me explicar por que está fazendo isso? O que a prática de ficar numa perna irá lhe trazer?


- Através desta prática estou consumando meu carma e libertando-me de todo carma passado.


- Quanto do seu carma já foi consumado até agora? – quis saber Buda.


- Não saberia dizer respondeu o asceta.


- E quanto do seu carma ainda falta consumar?


Também não saberia dizer repetiu o asceta.


- E como saberá quando houver consumado todo o seu carma? Perguntou-lhe por fim Buda.


- Isso eu também não saberia dizer – confessou o asceta.


Ao ouvir isso, Buda lhe disse:


- É hora de deixar de lado esta prática e compreender que o caminho que conduz ao fim do sofrimento está na verdade de cada momento.



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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Cochilar



Alguns anciãos foram visitar o Mestre, e lhe disseram:


- Diga-nos: quando vemos irmãos cochilando durante o ofício sagrado, devemos cutucá-los para que permaneçam acordados?


O velho Mestre respondeu-lhes:


- Na realidade, se eu visse um irmão dormindo, colocaria a sua cabeça no colo e o deixaria descansar.




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quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Grande Pergunta


 Eu sabia que haveria muitas coisas interessantes para ver, mas não queria respostas pequenas. Eu queria “A Grande Resposta”. De modo que pedi a meu anfitrião que me mostrasse a Morada de Deus. E lá me sentei, perfeitamente disposto a esperar pela grande resposta.
Permaneci em silêncio o dia todo, noite adentro. E olhei-O nos olhos. Creio que Ele também estivesse me olhando nos olhos. Tarde, bem tarde da noite, pensei ter ouvido uma voz: “Quem você está deixando de fora?” Olhei em volta. Ouvi novamente a voz “Quem você está deixando do lado de fora?” Seria minha imaginação? Logo a voz estava por toda volta, às vezes sussurrando, às vezes gritando. “Quem você está deixando do lado de fora?” “QUEM VOCÊ ESTÁ DEIXANDO DO LADO DE FORA?”
Estaria eu enlouquecendo?
Consegui me levantar e corri para a porta. Acho que queria o conforto de um rosto humano ou de uma voz humana. Cheguei ao corredor onde ficavam as celas dos monges. Bati numa delas.
- O que você quer? – veio uma voz sonolenta.
- Quem eu estou deixando de fora?
- Eu – veio a resposta.
Fui até outra porta.
- O que você quer?
- Quem eu estou deixando de fora?
- Eu.
Uma terceira cela, uma quarta. Em todas a mesma coisa.
Pensei comigo mesmo: “Estão todos preocupados demais consigo mesmos”. Deixei o mosteiro desgostoso. Justo então o sol começava a raiar. Eu nunca antes falara com o Sol, mas me vi suplicando:
- Quem eu estou deixando de fora?
E também o Sol respondeu:
Aquilo acabou comigo. Prostrei-me no chão. E a própria Terra então disse:
- Eu.


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