quinta-feira, 21 de junho de 2012


O Pássaro


Certo homem capturou um passarinho com uma armadilha. Quando se aproximou, a ave lhe disse:

- Você já comeu muitas vacas e carneiros em sua vida, e mesmo assim continua com fome. O pouquinho de carne que há em meus ossos também não irá satisfazê-lo. Se me deixar partir, eu lhe darei três bocados de sabedoria. O primeiro ensinamento eu recitarei quando estiver em pé na sua mão; o segundo cantarei do seu telhado; e o terceiro eu direi do galho daquela árvore.

O homem se interessou. Soltou o pássaro e permitiu que poupasse em sua mão.

- Número um: nunca acredite em absurdos, não importa quem os diga.

O pássaro voou e pousou no telhado do homem.

- Número dois: não lamente o que já se sucedeu. O que passou, passou. Nunca deplore as coisas que aconteceram. E, por falar nisso, há dentro do meu corpo uma pérola imensa que pesa tanto quanto dez moedas de cobre. Estava destinada a ser uma herança para sua família, mas agora está perdida. Você poderia ter sido dono da maior pérola da Terra, mas evidentemente isso não era para acontecer.

O homem começou a chorar como uma mulher em trabalho de parto. E o pássaro:

- Eu não acabei de dizer, “Não lamente o que passou”? E também, “Nunca acredite em absurdos”? Meu corpo inteiro não pesa tanto quanto dez moedas de cobre. Como eu poderia ter uma pérola tão pesada dentro de mim?

O homem caiu em si.

- É verdade. Diga-me agora, então, o Número Três.

- Pois não. Afinal, você aproveitou tão bem os outros dois... Alguns rasgos não podem ser remendados.



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