quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

O rato e o monge-01/12






O RATO E O MONGE


 Sentado em sua caverna no meio de um bosque, o monge meditava, imóvel. Tudo era silêncio e quietude.
Mas de repente um camundongo, de olhinhos aflitos, tentando atrair-lhe a atenção, pôs-se a roer-lhe a ponta da sandália.
Interrompido na contemplação pelos caprichos de um insignificante rato, o monge impacientou-se:
- Quem pensa que é , para assim perturbar a minha contemplação?
- Estou morto de fome – respondeu o rato.
- Fora daqui, animal estúpido. Estou prestes a realizar minha reunião com Deus! Como ousa pertubar-me nessa hora? – disse o monge, com um gesto hostil.
O rato encolheu-se todo e retrucou:

- quanta pretensão!

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Mão vazias- 27/10







MÃOS VAZIAS




Um monge perguntou ao mestre:
- O que diríeis se eu viesse até vós, sem nada trazer nas mãos?
Respondeu o Mestre:
- Arremessai-o no chão.
O monge, então, protestou:
- Disse que nada tinha, como então poderia eu arremessa-lo no chão?
E o mestre:
- Bem, neste caso, levai-o.






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Parábola da Serpente e o santo-20/10







PARÁBOLA DA SERPENTE E O SANTO





Havia, em um campo, uma grande serpente venenosa.
Ninguém se atrevia a passar por ali. Um dia, um mestre passou por aquele caminho e a serpente preparou-se para morde-lo. Porém, quando se aproximou do mestre, perdeu toda a sua ferocidade e foi dominada pela doçura e suavidade do mestre. Vendo- a , o sábio lhe disse:
- Bem, minha amiga, você está pensando em morder-me?
Envergonhada, a serpente nada replicou. Então, o sábio prosseguiu:
- Ouve, amiga, não torne a fazer mal a ninguém no futuro.
Inclinou-se a serpente, em sinal de assentimento. Seguiu o sábio o seu caminho, meteu-se a cobra em seu buraco e, a partir de então, levou uma vida de inocência, sem molestar quem quer que fosse. Aos poucos, toda a vizinhança havia chegado à conclusão de que a serpente perdera o seu veneno e já não era tão perigosa, e assim todos começaram a maltratá-la. Atiravam-lhe pedras ou arremessavam desapiedadamente pela cauda, sem que tivessem termo os seus sofrimentos.
Felizmente, tornou a passar o sábio pelo mesmo caminho, e, a triste e lastimosa condição da serpente, perguntou-lhe a causa de tudo aquilo.
- Mestre Senhor – respondeu a serpente, é porque não faço mal a ninguém, desde que me deste seu conselho. Porém, são tão cruéis!
Sorrindo o sábio lhe disse:
- Minha amiga, eu simplesmente aconselhei você a não morder ninguém.





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