quinta-feira, 27 de novembro de 2008

10. Seizei Sozinho e Pobre

UM MONGE chamado Seizei perguntou a Sozan: “Seizei está sozinho e pobre. Você pode dar-lhe apoio?”
Sozan perguntou: “Seizei?”
Seizei respondeu: “Sim, senhor.”
Sozan disse: “Você tem o Zen, o melhor vinho da China, e já tomou três xícaras, e você continua dizendo que elas nem sequer molharam os seus lábios.”


O homem mais pobre da China,
O homem mais corajoso da China,
Mal consegue sustentar a si mesmo,
E, contudo, deseja competir com o mais rico de todos.

Participe dos encontros toda 5ª feira às 20:30hs.

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Sem custo.

Um comentário:

Teresa disse...

Este Koan me fez lembrar de um velho dito popular que diz: “há vários caminhos que nos conduzem à Roma.” Há várias formas, maneiras, de se obter um conhecimento, de se perceber algo que pode ser visto de outra forma, de se libertar de pesos mortos que são cobertos de açúcar (as ilusões)... percebo que conhecimento sem ação é estéril.
Imagino uma analogia: o que pensar de alguém que tem muita fome e vê à sua frente uma geladeira repleta de tudo quanto possa necessitar para fazer um determinado tipo de comida que almeja, no entanto é incapaz de ter o trabalho de juntar os ingredientes e satisfazer-se com isto...prefere ficar insatisfeito, se sentindo impotente e “não abençoado pelos deuses”....à mercê da idealização desse alimento pronto, almeja um X-salada mas não se dispõe à faze-lo com os recursos que tem...quer algo pronto...não vê, não percebe e no alto de sua cegueira morre de sede frente à fonte de água pura...
Isto é tão atual quanto esses programas da mídia que mostram o “antes” e o “depois”...isto é, uma pessoa mal cuidada que se submete à várias correções cirúrgicas e de repente após o intervalo comercial aparece linda e maravilhosa...resta-nos questionar...será que existe realmente este passe de mágicas? Ou o caminho da conquista é de muita disciplina e disposição ao trabalho de conquistar? E às vezes de dor..até o parto é inexistente sem ela pois se a mãe conta com a possibilidade de até ser anestesiada, isso não necessariamente ocorre com o bebê....pode haver dor mas há vida e evolução..Será que negamos isso e queremos as coisas na mão sem custo algum? Será que deixamos de querer acreditar realmente nos contos de fadas? e não no percurso da ciência, da pesquisa, do trabalho árduo, da sabedoria esculpida através do tempo por tantas pessoas e deixadas à nós graciosamente, e que nos ajuda a nos lapidarmos? Será que existe fortemente a ingenua ilusão da conquista sem trabalho? Será que distinguimos dor de sofrimento?
Ao aprender meditação, ao estudar os koans estamos tendo a possibilidade de “chegarmos à Roma”...é um dos muitos caminhos e possibilidades de ampliação de consciência mas é um caminho exigente e pode resultar bons resultados dependendo da experiência individual de cada um...
O que cada um está fazendo para se depurar, para investir em si? Será que escutamos e conseguimos realmente ouvir? Será que vemos e enxergamos? ...resta-nos talvez “meditar” sobre esse assunto...