quinta-feira, 21 de agosto de 2008

01.O Cachorro de Joshu

UM MONGE perguntou a Joshu, um mestre Zen chinês: “Um cachorro possui ou não a natureza de Buda?”
Joshu respondeu: “Mu”. [Mu é o símbolo negativo em chinês, que significa “Não-coisa”.]


Um cachorro possui a natureza de Buda?
Esta é a pergunta mais séria de todas.
Se disser sim ou não,
Você perde a sua própria natureza de Buda.

Participe dos encontros toda 5ª feira às 20:30hs.

Inscreva-se pelo tel.: 3171-0900 ou através do e-mal: contato@clinicacomciencia.com.br.

Sem custos.

4 comentários:

Cristina disse...

Diriam nossos amigos da física quântica, que o observador interfere no objeto observado; assim um átomo pode ser uma partícula ou uma onda; é uma coisa e outra e as duas ao mesmo tempo. E existe uma total impermanência neste fato, pois tudo interage e tudo muda. É o mesmo com a natureza de Buda, sim e não ao mesmo tempo.
Também nosso amigo Shakespeare sofria deste dilema:"Ser ou não ser, esta é a questão".
Aceitar esta dualidade é estar mais próximo da possibilidade de domar meu ego.

Letícia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Letícia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Letícia disse...

Bom, fiquei semanas digerindo esse koan. Como traduzir o “não coisa”?
Não é simplesmente a negação da coisa. Sua identidade está justamente na ausência de suas formas de identificação afirmativas ou negativas. A idéia de que as coisas têm uma dimensão “anterior a” e “além de” conceitos e identidades está presente também no koan: “A raposa de Hyakujo”. Penso que é nessa dimensão que habita a natureza búdica. Por isso, a resposta não é “sim” ou “não”, mas está imersa no todo.
Segundo Jung, “todos nós nascemos originais e morremos cópias”. Vamos agregando formas de viver e pensar, necessárias em algum momento da vida, mas que não fazem parte intrinsecamente do nosso eu. Na busca da sabedoria é preciso fazer o caminho de volta a essa origem que é a essência sem adereços e fragmentações.