Joshu respondeu: “Mu”. [Mu é o símbolo negativo em chinês, que significa “Não-coisa”.]
Um cachorro possui a natureza de Buda?
Esta é a pergunta mais séria de todas.
Se disser sim ou não,
Você perde a sua própria natureza de Buda.
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4 comentários:
Diriam nossos amigos da física quântica, que o observador interfere no objeto observado; assim um átomo pode ser uma partícula ou uma onda; é uma coisa e outra e as duas ao mesmo tempo. E existe uma total impermanência neste fato, pois tudo interage e tudo muda. É o mesmo com a natureza de Buda, sim e não ao mesmo tempo.
Também nosso amigo Shakespeare sofria deste dilema:"Ser ou não ser, esta é a questão".
Aceitar esta dualidade é estar mais próximo da possibilidade de domar meu ego.
Bom, fiquei semanas digerindo esse koan. Como traduzir o “não coisa”?
Não é simplesmente a negação da coisa. Sua identidade está justamente na ausência de suas formas de identificação afirmativas ou negativas. A idéia de que as coisas têm uma dimensão “anterior a” e “além de” conceitos e identidades está presente também no koan: “A raposa de Hyakujo”. Penso que é nessa dimensão que habita a natureza búdica. Por isso, a resposta não é “sim” ou “não”, mas está imersa no todo.
Segundo Jung, “todos nós nascemos originais e morremos cópias”. Vamos agregando formas de viver e pensar, necessárias em algum momento da vida, mas que não fazem parte intrinsecamente do nosso eu. Na busca da sabedoria é preciso fazer o caminho de volta a essa origem que é a essência sem adereços e fragmentações.
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