quinta-feira, 29 de novembro de 2012


O cocheiro

Num dia muito frio, o Mestre foi com seu cocheiro a um aniversário. Depois de permanecer um pouco na sala, sentiu pena do cocheiro que aguardava do lado de fora. E foi até ele, dizendo:
- Vamos, homem. Vamos para dentro se aquecer.
- Não posso deixar meus cavalos sozinhos – respondeu o cocheiro, batendo os braços e as pernas para se aquecer.
 Eu cuidarei deles até que se aqueça e volte a tomar seu lugar – disse o Mestre.
A princípio, o cocheiro recusou-se sequer a considerar tal hipótese. Mas, depois de um tempo, deixou-se persuadir pelo Mestre. E entrou na casa, onde comida e bebida eram oferecidas com fatura a todos, qualquer que fosse a sua posição social e independente de ser ou não conhecido do anfitrião. Depois do décimo copo, o cocheiro já esquecera completamente quem estava tomando seu lugar junto aos cavalos, e permaneceu na festa hora após hora.
Enquanto isso, os convidados começaram a dar pela falta do cocheiro, mas diziam a si mesmos que ele devia ter algo importante a fazer e que retornaria quando estivesse terminado. Muito tempo depois, no fim da festa, quando os primeiros convivas iam partindo e a noite já descia, encontraram o Mestre, em pé ao lado do cavalo, sacudindo os braços e batendo os pés para se aquecer.



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quinta-feira, 22 de novembro de 2012


O bom senso

Certa vez, um homem pensou consigo mesmo que, se pudesse reunir todo o bom senso do mundo e guardá-lo apenas para si, seria inevitável que obtivesse muito dinheiro e muito poder, pois todos haveriam de ir procurá-lo com suas preocupações e ele cobraria caro para oferecer conselhos.
       E  assim o homem começou a recolher todo o bom senso que conseguia encontrar, guardando-o numa enorme cabaça. Até que, depois de muito procurar, não conseguiu achar bom senso algum. Decidiu então esconder a sua cabaça no topo da árvore mais alta para que ninguém pudesse alcançá-la.
O homem amarrou uma corda em torno do gargalo da cabaça, prendeu as duas pontas da corda uma à outra e pendurou a corda em seu próprio pescoço, de tal modo que a cabaça ficasse rente à sua barriga. E se pôs a subir na árvore. No entanto, não conseguia subir direito nem muito depressa, pois a cabaça ficava atrapalhando. Estava se esforçando feito um louco para subir quando, de repente, ouviu uma gargalhada atrás de si. Ao olhar para trás, viu um garotinho em pé sobre a raiz da árvore.
- Que bom tolo! Se quer subir na árvore de frente, por que não põe a cabaça atrás de si?
O homem ficou tão furioso ao ouvir tanto bom senso saindo da boca de um garotinho tão pequeno (ainda mais depois de haver coletado todo o bom senso do mundo), que jogou a cabaça para baixo, espatifando-a em mil pedaços. O vento então começou a soprar e cuidou de espalhar o bom senso pelo mundo inteiro. Todos ficaram com um pouquinho de bom senso, mas ninguém ficou com tudo. Isso por causa do homem.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012


O pagamento

O discípulo foi instruído por seu mestre durante três anos a dar dinheiro para todos aqueles que o insultassem. Chegando ao fim esse período de provação, o mestre lhe disse:
- Agora você pode ir para cidade aprender filosofia.
Quando o discípulo estava entrando na cidade, encontrou nos portões da cidade um sábio que insultava todos que entravam e saíam. Insultou também o discípulo, que começou a rir a valer.
- Por que você ri se acabei de insultá-lo?
Porque – respondeu o discípulo – há três anos que venho pagando caro por esse tipo de coisa, e agora você vem e me dá de graça!
Bem vindo à cidade – disse o sábio. – Ela é toda sua.


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quinta-feira, 1 de novembro de 2012


O  General


Num tempo de guerra civil, certo general avançava implacavelmente com suas tropas, tomando província após província e destroçando tudo e todos que encontrava pela frente. O povo de uma cidade, ao saber que o general se aproximava e tendo ouvido histórias da sua crueldade, fugiu todo para as montanhas. O general e suas tropas encontraram a cidade vazia ao chegarem. De imediato, ordenou que vasculhassem toda a região e pouco depois alguns soldados retornavam dizendo que somente uma pessoa havia permanecido, um monge.
O general dirigiu-se ao templo desse monge, entrou com estrépito, levantou a espada e esbravejou:
- Você não sabe quem eu sou? Eu sou aquele capaz de lhe perfurar com a espada sem piscar os olhos!
O mestre Zen virou-se e respondeu serenamente:
- E eu, caro senhor, sou aquele capaz de ser perfurado pela espada sem piscar os olhos.
O general, ouvindo isso, curvou-se numa mesura e se retirou.


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